Ele era um homem solitário. Os seus dias dividiam-se entre somar os números das matrículas dos automóveis que passavam pela sua rua e acariciar o jarro de vidro que continha as aparas de unhas dos pés cortadas durante toda a sua vida.
Mas algo de temível crescia dentro de si. Algo incontrolável. E quando sentia essa vertigem assassina, fechava as cortinas e acalmava-se deitando-se no chão e tocando na ponta do nariz com a língua.
Estava prestes a principiar um desses momentos quando alguém toca à sua campainha. Ele põe o dedos nos ouvidos e faz-se de ausente. Mas, algo atordoado pela surpresa, dá um passo para trás, tropeça na ponta do tapete e exclama um palavrão.
Do outro lado ouve-se uma voz feminina que diz: "Eu sei que está em casa."
(CONTINUA.)
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6 comments:
Lol... gostei do jarro com as unhas dos pés. Muito dadaísta. ;)
Isto TEM QUE TER continuação :-P
Arrrgggg!!! The suspense is killing me! ...Those self-defense classes were useless!...
Conta-me o resto depressa antes que seja tarde demais!!!
também estou curiosa para saber mais sobre esse ser de língua tão comprida, ou nariz tão descaído...
...isto promete...
Hmm...não te imaginava do tipo de contar histórias, surpreendeste-me pela positiva ;)
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